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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Liberdade X libertinagem



                 A adolescência e a juventude tendem a compreender como sinônimos estas duas palavras: liberdade e libertinagem.

                Porém é importante esclarecer que ambas possuem significados diferentes e quando não se tem isso bem claro algumas consequências podem surgir por tomadas de atitudes e comportamentos equivocados.

                A libertinagem é o uso equivocado da liberdade, isto é,  utilizar a liberdade sem o bom senso, sem respeito, ultrapassar limites. Por exemplo: um jovem que sai a noite para a balada e bebe além da conta e depois se julga responsável para dirigir não está usando a sua liberdade mas sim agindo com libertinagem porque a sua atitude está sendo irresponsável e pode trazer sérias complicações não só para ele mas para outras pessoas também.

                O homem libertino busca fazer as coisas de acordo com o seu bel-prazer, sem se importar com as possíveis consequências, tal comportamento equivocado tende-se a gerar adultos também irresponsáveis pois no afã de dizer que são pessoas livres cometem atrocidades e quando perguntadas o porque de tais atitudes ainda buscam desculpas das mais esfarrapadas possíveis para justificarem seus atos condenáveis.

                Tais jovens querem praticar suas ações de forma descontroladas sem o devido senso crítico da realidade, desejam viver apenas para aproveitar os prazeres e delícias de tudo aquilo que o mundo pode oferecer sem importar em momento algum com o resultados de seus comportamentos levianos.

                Oposto de libertinagem é a liberdade que pode ser definida como o direito de ir, vir e agir de acordo com a própria vontade desde que não prejudique outra pessoa. A filosofia define a liberdade como sendo a independência do ser humano, o direito de ter autonomia e espontaneidade. A liberdade pode parecer utópica ao questionarmos se realmente os indivíduos tem a liberdade que afirmam ter, se hoje os meios de comunicação (internet, TV, rádio, etc.) permite ainda a liberdade de existir ou somos condicionados a seguir determinados padrões que são impostos.

                De acordo com Spinoza a liberdade possuí um elemento de identificação com a natureza do “ser”, desta forma, ser livre significa agir de acordo com a sua natureza. Mas, será que a sociedade permite a cada um de nós agirmos realmente conforme a nossa natureza? E como a nossa natureza é determinada?

                Já para Sartre a liberdade é a condição ontológica do ser humano, diferente de outros seres o homem é antes de tudo livre, isto é, o homem é nada antes de definir-se cono algo, é absolutamente livre para definir-se, engajar-se, encerrar-se, esgotar a si mesmo. O tema liberdade é central em todo o pensamento sartriano e segundo ele a liberdade deve ser absoluta senão ela não existe.

                É importante concluir, portanto, que devemos sim exercer a nossa liberdade mas sempre com responsabilidade para que nossas atitudes não tragam marcas negativas, liberdade sim mas libertinagem jamais.