A adolescência e a juventude
tendem a compreender como sinônimos estas duas palavras: liberdade e
libertinagem.
Porém
é importante esclarecer que ambas possuem significados diferentes e quando não
se tem isso bem claro algumas consequências podem surgir por tomadas de
atitudes e comportamentos equivocados.
A
libertinagem é o uso equivocado da liberdade, isto é, utilizar a liberdade
sem o bom senso, sem respeito, ultrapassar limites. Por exemplo: um jovem que
sai a noite para a balada e bebe além da conta e depois se julga responsável
para dirigir não está usando a sua liberdade mas sim agindo com libertinagem
porque a sua atitude está sendo irresponsável e pode trazer sérias complicações
não só para ele mas para outras pessoas também.
O
homem libertino busca fazer as coisas de acordo com o seu bel-prazer, sem se
importar com as possíveis consequências, tal comportamento equivocado tende-se
a gerar adultos também irresponsáveis pois no afã de dizer que são pessoas
livres cometem atrocidades e quando perguntadas o porque de tais atitudes ainda
buscam desculpas das mais esfarrapadas possíveis para justificarem seus atos
condenáveis.
Tais
jovens querem praticar suas ações de forma descontroladas sem o devido senso
crítico da realidade, desejam viver apenas para aproveitar os prazeres e
delícias de tudo aquilo que o mundo pode oferecer sem importar em momento algum
com o resultados de seus comportamentos levianos.
Oposto
de libertinagem é a liberdade que pode ser definida como o direito de ir, vir e
agir de acordo com a própria vontade desde que não prejudique outra pessoa. A filosofia
define a liberdade como sendo a independência do ser humano, o direito de ter
autonomia e espontaneidade. A liberdade pode parecer utópica ao questionarmos
se realmente os indivíduos tem a liberdade que afirmam ter, se hoje os meios de
comunicação (internet, TV, rádio, etc.) permite ainda a liberdade de existir ou
somos condicionados a seguir determinados padrões que são impostos.
De
acordo com Spinoza a liberdade possuí um elemento de identificação com a
natureza do “ser”, desta forma, ser livre significa agir de acordo com a sua
natureza. Mas, será que a sociedade permite a cada um de nós agirmos realmente
conforme a nossa natureza? E como a nossa natureza é determinada?
Já
para Sartre a liberdade é a condição ontológica do ser humano, diferente de
outros seres o homem é antes de tudo livre, isto é, o homem é nada antes de
definir-se cono algo, é absolutamente livre para definir-se, engajar-se,
encerrar-se, esgotar a si mesmo. O tema liberdade é central em todo o
pensamento sartriano e segundo ele a liberdade deve ser absoluta senão ela não
existe.
É
importante concluir, portanto, que devemos sim exercer a nossa liberdade mas
sempre com responsabilidade para que nossas atitudes não tragam marcas
negativas, liberdade sim mas libertinagem jamais.